sexta-feira, 27 de março de 2015

3+1

Ora bem nunca falei aqui sobre o meu percurso até ter agora o meu filho.

Passados 7 meses de estarmos casados decidimos ter um filho, mas se fosse fácil de decidir e pimbas... Mas eu só ao 4º pimba é que lá fui eheheh

Ora bem, sempre que aparece aquela mancha vermelha mês após mês é baba e ranho e pensamos logo que temos mil e um problemas mas vamos deixando passar...

Passado um ano lá fui a um ginecologista, fez logo os exames e análises e afins não encontrou nada, em duas semanas conseguiu marcar consulta na Maternidade Júlio Dinis.

Ouvimos falar muito em tratamentos mas não sabemos de nada e desconhecemos o processo todo e tudo nos assusta... e assusta mais ver pessoas na televisão a dizer que já fizeram de tudo e a cara mostra que perderam a vida e nem sei o que parecem... é uma batalha dura mas se pensarmos que é o fim do mundo e não se pensa em adopção (por exemplo) estamos tramadas. A vida é para ser vivida seja qual for a condição.

Mais exames e exames, meses e meses até chegar o dia do tratamento (para mim um mundo desconhecido, confesso que estava aterrada).

Começamos com as famosas injecções na barriga, pedia para o meu marido picar que eu não tinha coragem....

Chega o dia D o dia que te vão aspirar os óvulos... aspirarrrrrrrrrrrrr mas pensam que aqui é algum local de limpeza? Anestesia geral (confesso que gosto da moca quando estamos a tentar acordar... é uma parte animadora e de total relax)

Pela cara da bióloga vi logo que algo não correu bem tinha muitos mas era como laranjas com nada... salvaram 2 mas não estavam muito maduros, se sobrevivessem durante 48 horas que dava para fazer a punção. Para o outro dia um telefonema da ,minha médica... nada, nem tive o direito de acabar o tratamento, para mim tinha acabado ali,

A médica disse que iam reunir todos para ver o que se passou que não era normal,,, até hoje.

Depois a minha vida levou um tombo... a depressão da minha mãe a piorar dia para dia, deixou de comer... internamentos na psiquiatria... tentativa de suicídio... passado mês e meio acabou por falecer no hospital.

Nem queria ouvir falar em tratamentos, filhos... nada

Passaram 2 anos e o meu marido encontrou a médica por acaso e falou que nunca mais se lembrou de nós desfez-se em mil e uma desculpas... marcou consulta e eu chateei-me com ele porque não devia ter feito sem me consultar mas ainda bem... tive sorte foi outra médica, uma excelente profissional, ali são todos excelentes.

O resto dos tratamentos levei na desportiva e descontraída ia sempre animada, brincava com a médica e tem que ser assim senão morremos sem chegar ao fim.

Como o 1º ainda não era comparticipado pelo estado, tinha direito a 3 um por ano... quando fiz o penúltimo não queria fazer mais. Desconhecia que a lei era assim, foi no face que vi um artigo a falar disto, quando o meu marido chegou a casa disse-lhe vamos ao ultimo vamos sacar todos os tostões ao estado :D e pronto depois de tantos anos, muitas lágrimas (claro que também choro) de tanta injecção na barriga cá está o meu piolho.

Neste último como era eu a dar as injecções a mim própria por isso correu bem ahah (as injecções não pararam no fim do tratamento continuaram quase até ao fim da gravidez e mais uns poucos de comprimidos) mas valeu a pena :)


4 comentários:

  1. Hoje cheguei até si através de um comentário no blog "cocó na fralda". Temos tanto,... tanto em comum... só ainda não tive o meu final feliz. Nem sabe o quanto ler as suas palavras me inspirou... e me fez acreditar que vale a pena voltar a tentar. Parabéns pela sua força, coragem e determinação. E por ter alcançado o seu tesouro.

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    1. Oh pa eu tinha respondido logo e vi que não gravou o comentário :)
      Fico tão feliz por vos inspirar, que tudo corra bem, um grande abraço.

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  2. No meu primeiro tratamento também pedia ao meu marido para me dar as injeções, nos outros já era eu que dava. A nossa capacidade de adaptação nunca me deixa de surpreender.beijinhos

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